Google+ Por que temos tanto medo de ser feliz? | Pereghrinnus
domingo, 27 de janeiro de 2008

Por que temos tanto medo de ser feliz?

Este primeiro tema que iremos discutir, vem de uma teoria muito interessante do médico psiquiatra Flavio Gikovate. Trata-se do medo da felicidade.
O medo que nos assola sempre que estamos numa situação de plenitude. Acredito que todos aqui, ou a maioria, poderiam relatar algum fato. Quando num relacionamento, por exemplo, em que existe muita afinidade e os dois demonstram isso igualmente um para o outro, quase que invariavelmente sentimos duas sensações ambíguas: a grande felicidade que nos enche o coração e colori os dias, e o enorme medo de que seja passageiro, uma ilusão, e que voltemos à nossa condição anterior àquele amor.
Esse é um caso clássico de quando estamos numa situação muito almejada. Mas, se aplica as várias outras áreas de nossas vidas. Ao adquirirmos um carro novo, ou um celular que tanto tínhamos vontade. Um emprego ou promoção pelos quais tanto se lutou. Estamos sempre a temer a “ira dos deuses”, ou a inveja dos que estão ao nosso redor. Tememos que uma possível conspiração esteja silenciosamente acontecendo, acerca da nossa felicidade, e que no dia seguinte acordemos sem mais o objeto de nosso contentamento.
Segundo essa teoria, é um fenômeno complexo, que se manifesta mais claramente na puberdade, para a maioria das pessoas. E corresponde a uma vivencia traumática universal – o trauma do nascimento.
Existe, dessa forma, esse primeiro trauma e experiências relacionadas à vaidade e/ou outros fatores podem, na juventude, traze-lo à superfície novamente.
“Não se trata de fato raro que fobias de dada experiência traumática, adormecida durante anos, de repente venha à tona em função de algum acontecimento novo relevante. Pelo que pode ser mais ou menos assim: estávamos no útero onde nosso cérebro se formou, em uma condição quase homeostática; lá estava tudo mais ou menos em ordem. Talvez esse seja o nosso primeiro registro psíquico, registro evidentemente não-verbal e por isso mesmo difícil de ser apagado. O registro seguinte corresponde à dramática ruptura desse equilíbrio: a hora do parto. Ou seja, nascer é uma transição da harmonia para a desarmonia. Estávamos no paraíso e dali fomos expulsos. Assim, buscamos o tempo todo voltar à condição original de paz e harmonia (...)”.
Ao nos aproximar-mos, então, de tal condição ideal, experimentamos antes a plenitude, como dito no inicio, e em seguida, medo de que ela possa ser, mais uma vez, arrancada.
Então, em face de tal possibilidade, é normal que tendamos a evitar, ou mesmo, destruir a tal condição paradisíaca.
O fato concreto é que, na maioria esmagadora dos casos, o medo predomina sobre o amor e surge uma forte tendência autodestrutiva, que se encarrega de encontrar argumentos para justificar o afastamento dos que se amam. É uma pena, pois, se tivessem coragem de sustentar o relacionamento apesar do medo que sentem, perceberiam que, aos poucos, esse medo tenderia a diminuir, algo muitas vezes confundido com a diminuição da intensidade amorosa, situação que não corresponde com a adequada avaliação dos fatos subjetivos”.
Acredita-se, portanto, na existência de fortes mecanismos autodestrutivos em nosso ser. Sendo uma manifestação relacionada com o medo da felicidade, estando essa em estreita ligação com o nascimento. “Desejamos e tememos o retorno ao ‘paraíso perdido’.”
Outro exemplo, que prova essa iniciativa de destruição voluntária da situação de prazer é quando um dos enamorados procura motivos para constantemente brigar e assim terminar um relacionamento que aos olhos de todos estaria muito bem, e que de fato estava. Foi um caso relatado por uma pessoa amiga, e que contribui para nosso entendimento, em que ela tinha conhecido, num dado curso, um rapaz e começaram a se relacionar. Ela estava feliz. Ele estava feliz. Porém sem razões muito convincentes ele arruma situações e conflitos que de fato não existiam. O que acontecia era o medo de uma nova decepção. De se acostumar com aquele estado de alegria e de repente lhe ser “roubado” de novo. Subjetivamente seu entendimento dizia ser preferível acabar com o relacionamento, do que perder. Em promovia meus de “destruí-lo”
Visto isso vem a dúvida: quantos e quantos são os casos que nós é que somos de fato a causa de seu fim? Quantos de nossos argumentos na verdade são apenas desculpas para fugir mais uma vez? Do namoro, da promoção, do empreendimento, da vida?A proposta aqui é a reavaliação de nossos medos. E se vale à pena trocar momentos tão desejados por esse. Que cada um crie a sua receita para melhor conduzir sua vida, mas que dentro da massa desse bolo não se deixe cair o medo de ser feliz, e assim se possa degustar com toda satisfação e risos, e ainda compartilhar esses momentos tão bons com os eu estão ao nosso lado.

4 comentários:

Anônimo disse...

Ora corremos atrás da felicidade ora nao sabemos reconhecê-la quando ela está gentilmente batendo a nossa porta.Sem dúvida ,o medo de que a felicidade nos vicie e depois nos deixe "a ver navios" é um grande empecilho para que possamos nos entregar plenamente.

Unknown disse...

Exato! O interesnte dessa teoria é que ela nos mostra que nõ é a felicidade que se afasta de nós, e sim nós é que nos afastamos dela. Isso é algo que se avaliarmos bem é muito bom, pq nos devolve o poder sobre a situação. Pois nada medida em que inconscientemente nos afastamos, podemos então, agora com conscinecia não nos afastar... è um estado que depende de nós...

(Uma vida de luz!)

Anônimo disse...

Tenho 20 anos. E durante mais ou menos 18 anos da minha vida, tive medo da felicidade. Não conseguia me apegar, demonstrar amor por nenhuma pessoa, pois tinha medo e a certeza de que um dia iria perdê-las. Hoje faço de tudo para aproveitar os momentos ao lado da mulher que amo, dos meus amigos, da minha mãe, da minha irmã..e dou um conselho àqueles que pensam como eu pensava. AME!..simplesmente ame!e não tenha medo disso. Se assim o fizer, a FELICIDADE será uma constante em sua vida!

Unknown disse...

Sem comentários! Esse é auto-explicativo, muito bom, eu não teria dito melhor! Valeu! rsrss!
Felicidades brother!

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